Antihipertensivos

21 novembro, 2019


Todos nós conhecemos alguém que tem pressão alta e faz uso de medicações. Neste post irei comentar sobre algumas medicações frequentemente utilizadas no tratamento da hipertensão arterial e presentes no SUS bem como seus efeitos colaterais mais comuns.

 

Hidroclorotiazida : É uma medicação frequentemente utilizada na redução da pressão arterial e pertence ao grupo dos diuréticos. Diminui a pressão arterial podendo causar um aumento na quantidade de urina. Um dos efeitos colaterais da medicação é a hiperuricemia, o aumento do ácido úrico, portanto esta medicação deve ser utilizada com cuidado em pacientes que possuem gota. Recentemente houve uma associação entre a medicação e determinados tipos de câncer de pele não melanoma. Não interrompa seu tratamento antes de conversar com seu médico.

 

Anlodipino : Pertence a um grupo de medicações chamado bloqueadores dos canais de cálcio. Tem como efeito colateral em algumas pessoas o edema de membros inferiores, que pode chegar a ser doloroso. Caso você utilize a medicação e apresente um inchaço em suas pernas , converse com seu médico para analisar se o inchaço pode estar vindo desta medicação.

 

Enalapril : Pertence ao grupo de medicações chamados inibidores da recaptação da angiotensina. É um excelente antihipertensivo para pessoas que possuem doenças cardíacas  como insuficiência cardíaca, insuficiência coronáriana bem como outras doenças como o diabetes. Em algumas pessoas, pode trazer efeitos colaterais, sendo o mais comum a tosse. Caso você utilize esta medicação e apresente constantemente tosse, converse com seu médico. Este efeito também pode aparecer em outras medicações do mesmo grupo como o captopril, o ramipril, o lisinopril , entre outros.

 

Losartana : Pertence ao grupo de medicações dos bloqueadores dos receptores de angiotensina.Esta medicação age de maneira semelhante ao enalapril , sendo uma alternativa terapêutica aos intolerantes as mesmas.

 

Atenolol : O atenolol pertence ao grupo dos betabloqueadores. São, de maneira geral, antihipertensivos fracos, e dificilmente são utilizados como monoterapia ( uso isolado ). Possuem funções importantes, como nos pacientes que possuem angina, ou sofreram infarto agudo do miocárdio. Importante ressaltar, que betabloqueador pode causar disfunção erétil, portanto , converse com seu médico caso apresente estes sintomas.

 

Carvedilol : Também pertence ao grupo dos betabloqueadores, entretanto terá função especial nos pacientes que possuem insuficiência cardíaca, melhorando a função cardíaca.

 

Espironolactona : Pertence ao grupo de diuréticos, porém em um subtipo diferente. Tem função antihipertensiva e também são utilizados em insuficiência cardíaca. Como efeito colateral , destaca-se a ginecomastia, que é o aumento da mama. Em alguns casos, pode ser doloroso. Converse sobre o assunto com seu médico.

 

Clonidina : São antihipertensivos utilizados em casos cujo controle pressórico é mais complicado. Frequentemente podem causar tonturas, boca seca e sedação. Não é encontrada no SUS.

 

Metildopa : Também é uma medicação utilizada em casos cujo controle pressórico é mais complicado, entretanto é uma excelente opção para controle de hipertensão arterial na gestante, dado não ser possível utilizar as medicações usuais por perigo ao feto.

 

Estes são os únicos antihipertensivos ? Não, dos grupos citados existem outras medicações mais modernas ou até mais antigas, podendo ser diferentes em efeitos colaterais, posologia, entre outros. Cabe conversar com seu médico sobre seu tratamento.  

 

Obrigado e tenham uma ótima semana.

 

Dr. Rogério Bueno da Rosa – Cardiologista

CRM 133883

RQE 51438

 

Infarto agudo do miocárdio

22 janeiro, 2019

              

              O infarto agudo do miocárdio é uma doença cardíaca grave, onde ocorre um fechamento dos vasos sanguíneos do coração que leva a perda muscular parcial ou total do mesmo, cujo tratamento deve ser realizado em ambiente hospitalar e o mais rápido possível pois é uma emergência médica.

              Quais são os sintomas da doença ?

              Você pode sentir um desconforto , dor intensa ou sensação de queimação mal definida no peito, de aparecimento repentino, que pode levar a falta de ar,  sudorese fria, dor no braço esquerdo, no pescoço e na mandíbula.

              São apenas esses os sintomas da doença ?

              Não! O diagnóstico de infarto nem sempre é claro, por isso é extremamente importante a comunicação com o médico. Idosos e diabéticos, por exemplo, podem manifestar sintomas menos intensos ou até confundirem com gastrite.

              Quem pode sofrer infarto ?

              Algumas doenças são consideradas de risco aumentado para  infarto dentre elas :  hipertensão arterial, diabetes melitus, a dislipidemia ( níveis elevados de colesterol ) e a  doença renal.

A idade, a história familiar, o  tabagismo, obesidade, sedentarismo  e o etilismo em excesso contribuem para um infarto.               Em populações mais jovens, o uso de substâncias ilícitas como crack  e cocaína está associado a doença.

              O que é o infarto ?

              Durante nosso envelhecer, inicia-se um processo em nosso corpo chamado aterosclerose. Esse processo é o depósito de gordura, cálcio, sangue e seus componentes em nossos vasos sanguíneos chamados artérias. Isto causa uma diminuição no caminho por onde o sangue pode passar formando o que chamamos de placa de ateroma. Você pode simplificar a idéia como “um cano de água  onde se acumula sujeira”.

              Essa placa possui uma capa fibrótica que rompe, liberando todo o conteúdo no vaso sanguíneo. Quando isto acontece com uma artéria do coração ,ela fecha e por esta razão, oxigênio e nutrientes não chegam ao músculo cardíaco para garantir seu funcionamento.  Surgem os sintomas e se o vaso sanguíneo não for aberto de maneira rápida, ocorre o infarto.

              Como se faz o diagnóstico de infarto ?

              O médico realizará a história, exame clínico do paciente realizando a hipótese diagnóstica de infarto agudo do miocárdio. Após , solicitará exames complementares.

              O primeiro exame complementar que deve ser realizado rapidamente em uma suspeita de infarto do miocárdio é o eletrocardiograma. A recomendação é que este exame seja realizado em até dez minutos da chegada ao hospital.  Mesmo assim, um eletrocardiograma normal não afasta o diagnóstico de infarto. Por vezes, são necessários exames de sangue, os chamados marcadores de necrose miocárdica ( substâncias liberadas no sangue associadas a infarto).  

Como se trata o infarto ?

              O tratamento do infarto deve ser feito de maneira rápida, hospitalar:

              Trombólise : Medicação realizada no sangue que age para desobstruir a artéria. A medicação pode ser ou não bem sucedida . Geralmente após a realização da medicação o paciente será transferido para um centro especializado para continuação do tratamento.

              Cateterismo cardíaco com angioplastia : Nos centros especializados, esta é a primeira escolha. Ocorre a desobstrução da artéria através de um dispositivo chamado “stent” ou de um balão de pressão de acordo com o médico hemodinamicista.

              Cirurgia cardíaca : Certos casos, mais graves, não podem ser resolvidos apenas com os tratamentos anteriores e deve se partir para a cirurgia de revascularização miocárdica (  ponte de safena ou mamária). Este é um procedimento onde um vaso sanguíneo é retirado de determinada região do corpo e colocado no coração, para ultrapassar o local fechado pelo infarto.

              O que pode acontecer após um infarto ?

              O infarto do miocárdio pode matar. Deve ser tratado rapidamente para evitar a morte e diminuir as sequelas, dentre as quais a insuficiência cardíaca e as arritmias. Essas sequelas diminuem a qualidade de vida gerando angústia e sofrimento.

              Como prevenir um infarto ?

              Faça atividades físicas regularmente, não fume, evite alimentos não recomendados, não use drogas. Realize avaliações períodicas com um cardiologista de sua confiança. Prevenir sempre é a melhor opção.

Então , o que fazer?

              Se você não está se sentindo bem e possui algum dos sintomas descritos neste artigo  e suspeita que isto possa ser um infarto, vá a um pronto socorro rapidamente, não fique em casa. Se necessário, chame o SAMU ( 192 ) . Descanso não trata infarto. Vá a um hospital para realizar um atendimento emergencial.

              Cuide-se, temos apenas um coração.

              Procure sempre um cardiologista

                                                                                                  Dr. Rogério Bueno da Rosa 

                                                                                                                CRM 133883 – Cardiologia

                                                                                                                RQE 51438

 

 

 

Hipertensão arterial

5 dezembro, 2018

Hipertensão Arterial

A hipertensão arterial, popularmente conhecida com “Pressão alta”, é uma doença extremamente prevalente na população mundial, e com consequências graves se não detectada e tratada adequadamente.

Trata-se de uma doença crônica, assintomática,  o que torna seu diagnóstico possível apenas com medidas rotineiras da pressão arterial . No passado, por desconhecimento da doença, muitas vezes era descoberta após um AVC ( derrame ). Ainda hoje, muitas pessoas desconhecem o problema.

É definida atualmente como níveis pressóricos repetidos e confirmados , em repouso , com valores iguais ou superiores a 140 x 90. Exames complementares como MAPA podem auxiliar no diagnóstico em certos casos.

O tratamento é baseado no controle adequado de pressão através de mudança de estilo de vida com atividade física e dieta adequada associado a  medicamentos. Por vezes, são necessários diversos medicamentos para controle.

1 - Como posso saber se corro risco de ter pressão alta ?

História familiar, hábitos não saudáveis como tabagismo, etilismo , sedentarismo são fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial.

2 - Tenho 18 anos e detectei no exame de rotina pressão alta. É possível ?

Existem situações onde é possível sim a hipertensão em jovens. Muitos desses quadros estão associados a hipertensão secundária, onde uma outra doença está trazendo a hipertensão como manifestação.

3 - Minha vizinha me disse “Não é bom ficar tomando muito remédio!”

É claro que ninguém gosta de fazer uso de medicações. Entretanto , quando supervisionadas por professional competente , devem ser utilizadas.

4 – Devo tomar minhas medicações todos os dias?

               Sim, o tratamento é de uso contínuo. Não é porque sua pressão está controlada que deve-se parar com as medicações.

5 – Meu vizinho toma apenas uma medicação para pressão alta e eu tomo três. Não posso trocar para a medicação que ele toma?

               O tratamento é individualizado. Portanto, será normal algumas pessoas necessitarem de maior número de medicamentos do que outras.

6 – O que pode acontecer comigo se eu não me cuidar?

As consequências da hipertensão podem ser desastrosas, com diminuição importante da qualidade de vida. Destaco algumas , dentre elas :

-        Perda de função dos rins;

-        Dificuldade visual, com retinopatia hipertensiva e descolamento de retina;

-        Crescimento e enfraquecimento do coração ( Insuficiência Cardíaca) ;

-        Infarto agudo do miocárdio;

-        Acidente vascular cerebral (AVC )

Consulte sempre seu médico , com avaliações de rotina para minimizar as consequências da doença, pois ela não tem cura. As medicações devem ser tomadas de maneira continua, diária e efeitos colaterais devem ser informados a seu médico para que seja avaliada uma melhor opção terapêutica.

                                                                                                   Dr.Rogério Bueno da Rosa

                                                                                                         Cardiologia CRM 133883

                                                                                                                               RQE 51438